Medicina Descomplicada

A hipertensão é uma doença perigosa, de alta prevalência em pessoas no mundo inteiro e responsável por diversos males à saúde. Não faz distinção de raça, cor ou idade, podendo acometer adultos, idosos ou crianças.
A hipertensão ou pressão alta é a elevação da pressão nas artérias em um nível superior aos considerados normais (14/9). Não se sabe quem irá desenvolver hipertensão, mas fatores genéticos (parentes próximos hipertensos), obesidade, sedentarismo (falta de exercícios físicos), consumo exagerado de sal e frituras além do cigarro, são todos considerados fortes indícios de que uma pessoa poderá desenvolver pressão alta em algum momento de sua vida, por isso é importante desde já eliminar os fatores de risco modificáveis: pare de fumar (pergunte ao seu cardiologista sobre os novos tratamentos anti-tabagismo), faça uma dieta adequada para você, pratique exercícios físicos aeróbicos (faça antes um teste ergométrico e discuta com seu cardiologista e melhor forma para fazer suas atividades).
A grande maioria (90%) dos casos de pressão alta não tem uma causa identificável e por isso não têm cura e necessitam de tratamento específico por toda a vida (nunca pare por conta própria os medicamentos indicados por seu cardiologista). Pequena parte dos hipertensos tem uma causa comprovada de aumento da pressão (doenças dos rins, das glândulas, uso inapropriado de determinados medicamentos etc) e por isso é extremamente importante uma consulta médica especializada, pois uma vez identificada a causa, esta poderá ser tratada e a pessoa curada.
Os sintomas da pressão alta são muitos: dores de cabeça, visão turva ou pontos luminosos, dormências, cansaço fácil, zumbidos, tonturas, dores no peito. Porém o mais importante é saber que são poucos os hipertensos que apresentam os sintomas da pressão alta e por isso mesmo, às vezes se torna difícil para o cardiologista convence-los a iniciar o tratamento adequado. _ “não vou tomar remédio nenhum, não estou sentindo nada e não preciso gastar meu dinheiro com algo que não vai me adiantar de nada”.
O problema é que a hipertensão é uma doença muitas das vezes silenciosa, diria mesmo traiçoeira e o primeiro sintoma pode ser um infarto ou um derrame que pode resultar na morte do paciente ou deixar-lhe seqüelas para o resto da vida. Sendo assim a melhor atitude é prevenir. Marcar exames médicos de rotina, fazer um check up com seu cardiologista que irá decidir pelos melhores exames para você, entre eles o eletrocardiograma, teste ergométrico, MAPA de 24h (que serve para diagnosticar hipertensão mascarada, hipertensão do jaleco branco ou avaliar se seu tratamento está adequado), ecocardiograma e outros.
É importante saber que a pressão alta provoca sofrimento em diversos órgãos do seu corpo, sendo os que mais sofrem são os vasos sangüíneos, o coração, os rins, o cérebro e os olhos. A hipertensão aumenta consideravelmente o risco de infarto, insuficiência cardíaca (coração grande), derrame cerebral, aneurismas, insuficiência renal (podendo haver necessidade de hemodiálise nos casos mais graves), arritmias, demência (perda de memória) e entupimento dos vasos das pernas e carótidas.
É possível controlar a hipertensão arterial para evitar as suas conseqüências e a diminuição da expectativa de vida. O tratamento dura a vida toda e deve ser feito com medicamentos que diminuem a pressão alta e com mudança de seu estilo de vida (com hábitos saudáveis).
O consumo excessivo de sal de cozinha aumenta a pressão arterial. O sal faz o corpo reter mais líquido, o que faz a pressão subir. No entanto, não há necessidade de comer sem sal. Deve-se evitar o exagero, colocar sal na comida depois de pronta ou comer alimentos que contenham muito sal, inclusive os enlatados e industrializados, em conserva (conservantes).
Lembre-se: o excesso de peso, bebidas alcoólicas e o sal de cozinha são os maiores inimigos do combate à hipertensão.
Dicas para evitar o excesso de sal:
  • Use o mínimo de sal no preparo dos alimentos, substituindo-o por temperos naturais como salsinha, cebola, limão, coentro, manjericão, orégano;
  • Evite acrescentar sal aos alimentos já prontos;
  • Nunca tenha um saleiro à mesa;
  • Evite embutidos, como salsicha, mortadela, lingüiça, presunto salame e paio;
  • Evite temperos industrializados, como ketchup, mostarda, maionese, molho shoyu e caldos concentrados;
  • Evite conservas, como picles, azeitona, palmito, patês, enlatados (ervilha, milho, extrato de tomate);
  • Evite carnes salgadas, como bacalhau, pirarucu, charque, churrasco, maniçoba, feijoada, defumados;
  • Evite sopas em pacotes e refrigerantes dietéticos e não dietéticos (contém sódio em sua fórmula);
  • Use queijo branco ou ricota sem sal;
  • Evite salgadinhos, batata frita, amendoim, castanha de caju, pipoca com sal.

Evitando o excesso de sal na alimentação você ajuda a controlar sua pressão e às vezes seu cardiologista consegue até reduzir seus remédios.

A obesidade tem relação direta com o aumento da pressão arterial. Além disso, o excesso de peso está relacionado com diabetes (açúcar no sangue) e aumento do colesterol e triglicerídeos. A redução do peso pode diminuir a pressão arterial significativamente. Pergunte ao seu cardiologista qual a melhor forma para você perder peso e entrar em forma.

A prática regular de exercícios físicos é recomendada para todos os hipertensos, inclusive àqueles em tratamento com medicamentos. Porém antes de iniciar programas regulares de exercício, é necessário passar por avaliação médica especializada com um cardiologista para realização de teste de esteira e MAPA para eventual ajuste de medicação e recomendações à respeito dos exercícios, que devem ser de preferência aeróbicos (caminhadas, corridas leves, natação ou hidroginástica, bicicleta, dança – de – salão etc). É extremamente importante saber que hipertensos mais graves só devem iniciar o programa de exercícios após controle da pressão arterial.
Os remédios para pressão alta agem no organismo reduzindo a pressão arterial. Existe uma série enorme de medicamentos para hipertensão, sendo que o tratamento deve ser individualizado. Cada pessoa deve ser avaliada pelo cardiologista que indicará um tipo de anti-hipertensivo adequado para cada caso. Não tome remédios para pressão por conta própria, todos os medicamentos têm efeitos colaterais que devem ser considerados pelo cardiologista no momento da consulta. Nem sempre o remédio que serviu para seu vizinho, ou o remédio de sua mãe ou irmão será útil para você. Existem metas de pressão que devem ser alcançadas de acordo com o risco individual de cada paciente e que serão calculadas para você durante sua avaliação especializada. Não deixe de tomar os medicamentos, mesmo que sua pressão esteja controlada. Siga a orientação de seu cardiologista.
Atualmente existem medicamentos que controlam a pressão alta sem interferir na sexualidade. No entanto, se acontecer alguma alteração na sua atividade sexual, converse com seu cardiologista.
Dicas para o uso de medicamentos:

  • Mantenha os medicamentos em locais visíveis, próximos da geladeira ou televisão, porém longe do alcance das crianças;
  • Não corra o risco de ficar sem os remédios, providencie uma nova caixa antes que as atuais acabem;
  • Quando viajar, leve quantidade suficiente para o período que estiver fora;
  • Aprenda o nome de seus medicamentos, de preferência leve a receita no momento de sua consulta com seu cardiologista;
  • Nunca deixe de tomar seu remédio no dia da consulta ou de fazer exames, exceto se for solicitado pelo seu cardiologista;
  • Se forem vários medicamentos, faça uma lista com nomes e horários de cada um e deixe fixada em local visível. Muitas vezes eles podem ser tomados ao mesmo tempo (pergunte ao seu cardiologista).
  • Não deixe de tomar o remédio no fim de semana. Se você for a uma festa não exagere no consumo de bebidas alcoólicas;
  • A interrupção dos remédios de maneira súbita pode causar crises de hipertensão com graves conseqüências;
  • Nunca interrompa o tratamento por conta própria, seja porque o medicamento acabou, porque a pressão está controlada ou porque vai viajar; Caso sinta algo diferente com o uso dos remédios, consulte seu cardiologista.

Por fim, é importante que o hipertenso aceite sua condição e passe a promover uma mudança em seu estilo de vida. Procure adaptar seus horários para tomada dos medicamentos e para prática de exercícios. Não é tão difícil assim! Procure reservar pelo menos uma hora de seu dia para se dedicar a você, faça algo que goste e que a muito não vem fazendo por “falta de tempo”, largue os vícios, você verá que será bem mais fácil desta forma.

14 de agosto de 2015
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Hipertensão Arterial

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